Dicas pra quarentena na Netflix

Abstinentes de Cinema, restam-nos algumas opções, sendo a Netflix a mais rapidamente acessada. O grande problema é q esta é uma plataforma muito boa para séries, porém muito fraca para filmes, especialmente os considerados “de arte”. Buscando as boas exceções, eu quis ocupar um tempo selecionando-as para quem se interessar.
Aqui vão, sem ordem de preferência, e misturados os hollywoodianos com os mais diferenciados:

– “Assunto de Família”: Excelente!! Sensibilidade ímpar, beleza rara. O retrato de uma “família”, onde o afeto é o protagonista, e os adultos ensinam “o q sabem”, para além das óbvias implicações educacionais para as crianças. Muito para além do maniqueísmo do politicamente correto, o grande diretor japonês Hirokazu Kore-Eda (do duríssimo e também excelente “Ninguém Pode Saber”) apresenta um drama inequivocamente comprometido com as verdades do submundo da miséria, as leis do cotidiano q vive a despeito de políticos, policiais e assistentes sociais. A transgressão aqui corresponde não apenas ao risco, a um posicionamento na contracultura, ou a uma glamourização do poder vivenciado pelo transgressor, mas sim a uma saída pró-Eros, uma resistência sem retóricas, uma assunção do afeto como lei central, custe o q custar (como a discussão de Almodóvar em “Fale com Ela”). Atuações brilhantes, imperdível. Ver mais no post “Só o Afeto Interessa (‘Assunto de Família’)”, no blog “psicanalisenocinema.com”.

– “O Poço”: Ótima discussão, roteiro simples e muito interessante. Na mão de um Aronofsky, ficaria uma obra-prima.

– “O Cidadão Ilustre”: Obra-prima. Os diretores argentinos acertaram de ponta a ponta: construção de roteiro perfeita, argumento consistente, tensão crível, humor ácido e inteligente, e atuação impecável do excelente protagonista Oscar Martínez. Brilhante.

– “XXY”: Maravilhoso filme sobre uma adolescente hermafrodita. Sensibilidade rara. Ricardo Darín, como sempre, ótimo.

– “A Noite de 12 Anos”: Emocionante! A história real de José Mujica e outros 2 companheiros de militância contra a ditadura uruguaia, presos e torturados por mais de 1 década. As condições de sobrevivência física e emocional são postas em detalhes, especialmente os episódios psicóticos – alucinações e delírios – do protagonista, q mais tarde se tornaria presidente do país. Na sessão a q assisti, a plateia aplaudiu gritando “Bravo!”, a ponto do segurança ir conferir se era briga. Imperdível.

– “El Pepe”: Doc sobre Mujica, pra quem se interessa pela história não maniqueísta do líder uruguaio.

– “O Som ao Redor”: Obra-prima máxima de Kleber Mendonça Filho. O olhar sensível sobre o entorno (o real protagonista do filme) é extremamente singular.

– “Estou me Guardando para quando o Carnaval Chegar”: Excelente! A direção de Marcelo Gomes (da obra-prima “Cinema, Aspirinas e Urubus”) extrai arte pura de cada detalhe da cidade de Toritama, interior de Pernambuco. O crescimento da cidade é filmado à perfeição, através do processo de consecução de jeans, produto responsável por uma revolução ali. Onde antes tudo era rural – agricultura e pecuária de subsistência -, agora são trabalhadores, a maioria autônomos ou ganhando por bônus de produtividade. Em q pese a óbvia crítica às explorações do Capitalismo, os personagens deste doc assumem suas escolhas, e ainda circulam todo o ganho no sonho do Carnaval nas lindas praias de Alagoas. Imperdível.

– “Com Amor, Van Gogh”: Excelente! 100 pintores desenharam esta obra, contando a história real e as especulações sobre a morte de Van Gogh. O estilo de pintura é como se o próprio artista tivesse realizado esta animação; além disso, a história é ambientada nos cenários dos quadros do holandês. Extremamente triste, o filme enfatiza a solidão e a culpa crônicas de Van Gogh. Imperdível.

– “A Senhora da Van”: Maravilhoso. Um tratado brilhante sobre errância psicótica. Atuações SOBERBAS dos 2 protagonistas Maggie Smith e Alex Jennings. O filme e os atores mereceriam todos os prêmios possíveis. Direção irretocável de Nicholas Hytner. Imperdível!

– “Elena”: Obra-prima de máxima sensibilidade de Petra Costa, a melhor diretora brasileira da atualidade. Filme radicalmente autoral, para além de ser um doc autobiográfico. O atravessamento de sua dor pela perda da irmã Elena é vivido visceralmente, sem concessões, até q possa, enfim, voltar a respirar. Petra filma à perfeição, tanto dor, quanto amor, melancolia (da mãe) e a própria sublimação de seu fantasma.

– “Cinema, Aspirinas e Urubus”: Obra-prima de Marcelo Gomes, com João Miguel brilhante, como sempre.

– “Olmo e a Gaivota”: Praticamente uma obra-prima. Após estrear na direção com o incomparável “Elena”, Petra Costa consolida seu lugar no cenário mundial com este “semi-documentário” – todo falado em francês. Sempre consistente, o filme emociona progressivamente até seu ápice, num belo e singelo acabamento.

– “A Grande Aposta”: Ótimo, bem acima das expectativas, para um filme tão hollywoodiano. Christian Bale, um dos melhores atores do mundo, protagoniza uma aula de história e economia com excelentes pitadas de ironia – lembrando um pouco “Super Size Me” – dirigida à estupidez do americano típico, para além de seu “nível social”. A fanfarronice fálica dos americanos é levada às raias do patético. Steve Carell está magistral em sua atuação. Merecia o Oscar de Melhor Filme.

– “Invocação do Mal” / “Sobrenatural” / “Annabelle”: Ótimos filmes. Pra quem gosta do gênero terror/suspense, James Wan é o melhor diretor da atualidade. Seu toque garante sustos e entretenimento de qualidade a todas as histórias q pega.

– “Prenda-me se For Capaz”: Maravilhoso. DiCaprio e Tom Hanks dançam numa alegoria sobre a perversão errante.

– “Moonlight”: Incrível. Denso nas discussões sobre a solidão do protagonista, complexo na construção de sua homossexualidade, abrangente no mérito de usar uma linguagem palatável até mesmo ao limitado e viciado universo hollywoodiano. De grande qualidade artística, atuações excelentes, fotografia precisa. Destaque para a belíssima cena final, desde q o protagonista tira sua dentadura dourada, até encostar no peito de seu amigo/paixão.

– “Divertida Mente”: Uma das melhores animações de todos os tempos. Filme para adultos, com um roteiro brilhante.

– “Monty Python”: Todos obras-primas para se rever. Considero o melhor humor de todos os tempos.

– “A Origem”: Obra-prima de Christopher Nolan, sempre com as distorções temporais como núcleo temático.

– “O Poderoso Chefão”: Eternamente deliciosa trilogia para se rever.

– “Forrest Gump”: Obra-prima. Fábula sobre a psicose errante. Versão hollywoodiana de “Zelig”, de Woody Allen.

– “Sociedade dos Poetas Mortos”: Clássico inesquecível, hiper sensível. Papel-mor de Robin Williams.

– “O Profissional”: Excelente policial de Luc Besson sobre um matador profissional (Jean Reno), sem sentimentos ruins, nem bons (perversão errante), até conhecer uma menina (Natalie Portman).

– “Eu, Daniel Blake”: Muito bom. O filme começa excelente, expondo o drama de um senhor recém infartado, preso nos bizarros corredores de uma burocracia kafkiana – não pode trabalhar, nem receber seu auxílio do governo. Flertando com a fome, o frio, a agressão e a loucura, o protagonista agoniza sempre numa fleuma britânica. Do meio pro final, o diretor Ken Loach resvala no melodrama e perde um pouco a mão de sua obra, uma espécie de “relato selvagem” novelesco.

– “Pulp Fiction”: Clássico Tarantino, estética ímpar.

– “O Filme da Minha Vida”: Ótimo! O filme começa apenas ok, cresce muito ao longo da projeção, até encerrar com maestria. Selton Mello (de “O Cheiro do Ralo”), o melhor ator do país, vai muito bem como diretor (como em “O Palhaço”), ainda q naturalmente possa evoluir nesta função. Ótimas frases, atuações em muito bom nível, destaque para o personagem do próprio Selton.

– “Senhor dos Anéis”: Obra-prima de referência para todos os amantes do gênero.

– “Seven”: Ótimo suspense/policial.

– “Um Dia a Casa Cai”: Humor leve e despretensioso.

– “Curtindo a Vida Adoidado”: Clássico dos anos 80, outra comédia leve.

– “Dia de Treinamento”: Para quem deseja um filme de ação e adrenalina, despretensioso e bom.

– “Gênio Indomável”: Hollywoodiano, com Robin Williams e Matt Damon.

– “Up – Altas aventuras”: Ótima animação, super sensível.

Os Melhores Filmes de 2019

Como já coloquei noutros textos deste blog, sempre resisti à ideia de fazer este tipo de lista dos “melhores”. Achava q isso não serviria para praticamente nada, apenas um exercício de vaidade pública. Mudei de ideia, hj penso q pode ser apenas uma troca de experiências e sensações, prazerosa e despretensiosa.

Listar os melhores filmes sempre provoca justos questionamentos, como: “Faltou tal filme!!”. Enfim, só o q sempre resta é fazer algo pessoal. Então, o critério aqui será: os 12 q mais me <strong>afetaram</strong>, <strong>impactaram</strong>. Não vou discutir aspectos técnicos, nem qualidade artística do diretor ou das atuações, especificamente. Tudo ficará incluído nesta categoria escolhida, nomeada “afetação/impacto/atravessamento”. Também não vou me preocupar caso a data exata de lançamento fora do Brasil for de um ano anterior. Por último, “Por que 11 filmes e não 10, ou 15?”: pq este número acabou sendo resultado dos q não consegui excluir. Os restantes q também adorei estão na Grande Lista (ler mais no post <strong>”Grande Lista de Filmes (atualizada constantemente)”</strong>, aqui neste blog.

Sem mais delongas, aqui vão os 11, em ordem de afetação:

1) “Coringa”: Obra-prima, o melhor filme do ano. Coringa poderia ser qualquer cidadão, um João Ninguém sonhador. Mas, para além dos enormes ganhos comerciais, propor um anti-herói q poderia ter sido irmão bastardo do Batman coube bem enquanto alegoria. O poder ilimitado invoca os excessos, de ódio, desprezo, arrogância. A onipotência de um milionário instiga a onipotência reativa de um oprimido. “Jogos de poder”, diria Foucault. Joaquin Phoenix atua à perfeição (já merecia um Oscar desde o maravilhoso “Ela”), e a direção e roteiro de Todd Phillips azeitam cada detalhe, evidenciando q um filme hollywoodiano pode ser pura arte.

2) “Assunto de Família”: Excelente!! Sensibilidade ímpar, beleza rara. O retrato de uma “família”, onde o afeto é o protagonista, e os adultos ensinam “o q sabem”, para além das óbvias implicações educacionais para as crianças. Muito para além do maniqueísmo do politicamente correto, o grande diretor japonês Hirokazu Kore-Eda (do duríssimo e também excelente “Ninguém Pode Saber”) apresenta um drama inequivocamente comprometido com as verdades do submundo da miséria, as leis do cotidiano q vive a despeito de políticos, policiais e assistentes sociais. A transgressão aqui corresponde não apenas ao risco, a um posicionamento na contracultura, ou a uma glamourização do poder vivenciado pelo transgressor, mas sim a uma saída pró-Eros, uma resistência sem retóricas, uma assunção do afeto como lei central, custe o q custar (como a discussão de Almodóvar em “Fale com Ela”). Atuações brilhantes, imperdível. Ver mais no post “Só o Afeto Interessa (‘Assunto de Família’)”, aqui neste blog.

3) “Dor e Glória”: Almodóvar, finalmente, está de volta. 16 anos após realizar seu último grande filme (“Má Educação”), o gênio reacessa seus grandes momentos na carreira. Antonio Banderas – bem como protagonista, porém não brilhante para merecer o prêmio conquistado em Cannes – vive uma espécie de alter ego do diretor, com o início de sua velhice remetendo às deliciosas memórias de sua infância. A relação com sua mãe, os primeiros instantes de seus desejos homossexuais, o início de seu amor pela arte e pela intelectualidade. Antimaniqueista de ponta a ponta, a biografia do cineasta atravessa seu vazio atual, suas somatizações e sua solidão, bem como suas deliciosas lembranças, e seu potencial de vitalidade. Mais do q uma exposição dos bastidores do Cinema, o filme aborda o cotidiano comezinho, criativo e também às vezes simplório de uma pessoa comum, apesar de sua genialidade. Se não atinge seu ápice (a obra-prima “Fale com Ela”), Almodóvar chega perto disto, com este retorno magistral a si mesmo.

4) “O Bar Luva Dourada”: Incrível. Pesadíssimo, especialmente nos primeiros 15 minutos. O filme não aborda os assassinatos de um psicopata com glamour, nem a investigação ou perseguição policial. A história é sobre o submundo do protagonista e das vítimas, em especial no tal bar e na casa do serial killer. Atuação magistral de Jonas Dassler, digna de todos os prêmios possíveis (após verem o filme, vale conferir o rosto do ator, como se transformou). O diretor Fatih Akin (do maravilhoso “Tschick”) expõe a sujeira física e emocional dos personagens em seu cotidiano, bem pr’além das mortes, transmitindo à perfeição cada detalhe, quase até o cheiro dos lugares. Atmosferas de tensão, medo, indiferença e até humor negro são mostradas brilhantemente, pelo trabalho de altíssimo nível dos atores coadjuvantes, criando personagens marcantes, inesquecíveis. cinema da mais alta qualidade, pra quem tiver estômago.

5) “Um Dia de Chuva em Nova Iorque”: Mais uma obra-prima de Woody Allen, um dos maiores diretores de todos os tempos. Como em seus melhores filmes, seu roteiro e suas frases são “simples” e brilhantes. As reviravoltas amorosas, o antimaniqueísmo são marcas constantes, desconstruindo os valores relacionais culturalmente viciados. Gostem dele ou não, só não é aceitável q se reduza sua filmografia a uma única forma de narrativa (vide “Zelig”, “Tudo que Você sempre Quis Saber sobre Sexo mas Tinha Medo de Perguntar”, “Poderosa Afrodite”, etc).

6) “Entardecer”: Brilhante. Uma complexa rede de mistérios acerca do passado de uma mulher, na Budapeste nos anos anteriores à Primeira Guerra. Câmera brilhantemente grudada em seu olhar, refletindo o absurdo e o vazio de informações à sua volta. A protagonista funciona como um fantasma para todos, como se estivesse num mundo paralelo, e vice-versa. Num misto de “O Homem sem Passado” (Kaurismäki) com “O Anjo Exterminador” (Buñuel), o diretor alcança um raro resultado q provoca reações de drama, suspense e policial no espectador. Impressionante.

7) “O Anjo”: Maravilhoso! Um thriller policial construído magistralmente pelo diretor e roteirista Luis Ortega. Na linhagem dos inesquecíveis “Butch Cassidy” e “Bonnie & Clyde”, o filme narra a trajetória de um doce e perverso (no sentido psicanalítico) jovem ladrão, numa escalada de roubos e ocasionais violências. Pasolini teria se apaixonado por este ator/personagem, de sexualidade quase tão aberta e sedutora quanto no clássico “Teorema”. Divertido, intenso, consistente, redondo. Imperdível.

8) “Ayka”: Pesadíssimo e excelente. O trágico e hiper realista cotidiano de uma imigrante cazaque na Rússia, logo após abandonar seu filho recém-nascido. Em q pese 1 ou 2 exageros (obscenidades realísticas), a lucidez é convocada sem perdão. Para os espectadores mais disponíveis à crueza da miséria. Um dos melhores filmes do ano.

9) “Estou me Guardando para quando o Carnaval Chegar”: Excelente! A direção de Marcelo Gomes (da obra-prima “Cinema, Aspirinas e Urubus”) extrai arte pura de cada detalhe da cidade de Toritama, interior de Pernambuco. O crescimento da cidade é filmado à perfeição, através do processo de consecução de jeans, produto responsável por uma revolução ali. Onde antes tudo era rural – agricultura e pecuária de subsistência -, agora são trabalhadores, a maioria autônomos ou ganhando por bônus de produtividade. Em q pese a óbvia crítica às explorações do Capitalismo, os personagens deste doc assumem suas escolhas, e ainda circulam todo o ganho no sonho do Carnaval nas lindas praias de Alagoas. Imperdível.

10) “Três Faces”: Excelente! Uma aula sobre histerias (Freud), através do olhar extremamente sensível do aclamado e perseguido político Jafar Panahi. O diretor e protagonista viaja com uma amiga atriz em busca de uma jovem admiradora desta, q teria tentado suicídio. Intenso e divertido, leve e verdadeiro, tudo ao mesmo tempo. Aula de cinema.

11) “White Boy Rick”: Excelente! A história real de um jovem de 15 anos q se torna informante da polícia federal americana, infiltrado numa gangue de traficantes de drogas. Intenso e atuado de forma brilhante pelo garoto (Richie Merritt) e seu pai (o fora-de-série Matthew McConaughey).

Melhores Filmes em Cartaz (atualizado constantemente)

1) “Coringa”: Obra-prima, o melhor filme do ano. Coringa poderia ser qualquer cidadão, um João Ninguém sonhador. Mas, para além dos enormes ganhos comerciais, propor um anti-herói q poderia ter sido irmão bastardo do Batman coube bem enquanto alegoria. O poder ilimitado invoca os excessos, de ódio, desprezo, arrogância. A onipotência de um milionário instiga a onipotência reativa de um oprimido. “Jogos de poder”, diria Foucault. Joaquin Phoenix atua à perfeição (já merecia um Oscar desde o maravilhoso “Ela”), e a direção e roteiro de Todd Phillips azeitam cada detalhe, evidenciando q um filme hollywoodiano pode ser pura arte.

2) “O Farol”: Obra-prima, soberbo. Muito superior ao seu filme anterior (“A Bruxa”, muito bom, mas com problemas), o diretor aqui entra para o grupo de grandes da atualidade. Inspirado no noir hiper claustrofóbico de Ingmar Bergman, com pássaros de Hitchcock, entre outras referências, Robert Eggers conduz o brilhante Willem Dafoe e o aqui muito bom Robert Pattinson num erotismo pré-sexual à iminência de um ataque de nervos. O suspense psicológico, com micro toques de fantasia, acerta de ponta a ponta. Premiado na Semana da Crítica em Cannes 2019.

3) “Um Dia de Chuva em Nova Iorque”: Mais uma obra-prima de Woody Allen, um dos maiores diretores de todos os tempos. Como em seus melhores filmes, seu roteiro e suas frases são “simples” e brilhantes. As reviravoltas amorosas, o antimaniqueísmo são marcas constantes, desconstruindo os valores relacionais culturalmente viciados. Gostem dele ou não, só não é aceitável q se reduza sua filmografia a uma única forma de narrativa (vide “Zelig”, “Tudo que Você sempre Quis Saber sobre Sexo mas Tinha Medo de Perguntar”, “Poderosa Afrodite”, etc).

4) “Uma Mulher Alta”: Excelente. Atuações soberbas, cenário primoroso. O diretor russo Kantemir Balagov constrói os personagens à perfeição, em meio a um esfacelamento emocional pós-2a Guerra. Sobrevivência, sexualidade, inibições, transgressões: um oceano de sutilezas marejadas pela fragmentação subjetiva imposta de forma generalizada.

5) “O Paraíso Deve Ser Aqui”: Excelente. O diretor e protagonista Elia Suleiman (da obra-prima “O que Resta do Tempo”) apresenta seu estilo único, tragicômico, contemplando silenciosamente cada micro absurdo do cotidiano das culturas da Palestina, Paris e Nova Iorque. Representante da Palestina no Oscar 2020, o q já é impressionante, e símbolo central da proposta do filme. Destaque para a cena das previsões das cartas para o futuro da Palestina. Menção Especial no Festival de Cannes 2019.

6) “Adam”: Excelente. O drama de uma mulher solteira, grávida e desempregada no Marrocos. Sua única chance seria abandonar sua família sem q descobrissem a gravidez, arrumar algum bico e qualquer moradia até q o bebê nascesse e doá-lo. Só assim poderia voltar a uma vida “digna” (tendo em vista os fortes preconceitos machistas daquela sociedade) e se casar “normalmente”. Para isto, tenta não se apegar ao filho q está para nascer. É acolhida por uma jovem viúva (envelhecida pelo luto e por seus sintomas obsessivos), com uma filha pequena. A leveza “histérica” (no sentido freudiano, não no sentido vulgar de gritaria ou descontrole) da visitante colore a melancolia acinzentada da anfitriã, sob mediação da resistência otimista da filha (alusão ao “bebê sábio” do grande psicanalista Sandor Ferenczi).

7) “Bacurau”: Ótimo! Os excelentes diretores Kleber Mendonça Filho (da obra-prima “O Som ao Redor”) e Juliano Dornelles realizam um filme com ação atípica no panorama nacional. Como nos filmes anteriores, Kleber revela sua maestria no cenário, na caracterização da cidade. Suas discussões políticas destacam o tom patético da demagogia do poder econômico (no caso, o prefeito), plenamente percebida pelo povo, q se posiciona enfaticamente. Frases como “Bacurau tem q pagar pra entrar no mapa do país?” denunciam os absurdos, bem como a resistência popular, dentro do possível (destaque para a importância do Museu de Bacurau, metáfora central no filme). As atuações estão ok, não brilhantes. As comparações com o estilo do Tarantino não me parecem tão precisas, pois apesar da violência e do humor negro, as propostas de cada um soam bastante diferentes. Prêmio do Júri no Festival de Cannes.

8) “Parasita”: Ótima alegoria sobre as enormes disparidades entre a burguesia e o proletariado. Uma família pobre q vive num porão infiltra-se aos poucos na casa de uma família rica. O diretor explora com bastante precisão, acidez e ironia a fragilidade da bolha da classe alta, através da necessidade de uma “indicação de confiança”, para contratar alguém para algum serviço em casa. Lentamente, o drama vai ganhando tons de suspense e tragédia, expostos através de uma grande enchente q evidencia ainda mais o absurdo das castas do nosso cotidiano.

9) “Os Miseráveis”: Muito bom. Thriller policial intenso, vencedor da Palma de Ouro em Cannes em 2019. Atuações excelentes, ambientação precisa sobre a miséria. No entanto, soa como um plágio de uma obra-prima chamada “O Ódio”, com Vincent Cassel. “Os Miseráveis” não chega perto da qualidade e da verossimilhança do outro filme. As trucagens forçadas e as soluções apressadas fazem a película perder qualidade. Ainda assim, vale o ingresso. Prêmio do Júri no Festival de Cannes 2019.

10) “Era uma Vez em… Hollywood”: Bom. Talvez seja o filme menos surpreendente e menos marcante de Quentin Tarantino, porém não deixa de trazer toques de cinema refinado, humor sátiro e belas atuações.

11) EXTRAS IMPERDÍVEIS:
11.1) “Cinema, Aspirinas e Urubus” (na Mostra “Festival do Rio – 20 anos”)

FESTIVAL 2018 (Dicas por estrear)

Aqui vão os destaques de todos os filmes a q assisti neste Festival do Rio 2018, começando pelos q mais me impactaram:

1) “A Queda do Império Americano”: O melhor de todos a q assisti no Festival, obra-prima do grande diretor Denys Arcand, completando a trilogia com “O Declínio do Império Americano” (1986) e “As Invasões Bárbaras” (2003). Sátira deliciosa sobre a ética e os ideais “americanos”, diante da tentação de enriquecer. Humor fino, ácido e extremamente inteligente. Imperdível.

2) “O Anjo”: Maravilhoso! Um thrillerpolicial  construído magistralmente pelo diretor e roteirista Luis Ortega. Na linhagem dos inesquecíveis “Butch Cassidy” e “Bonnie & Clyde”, o filme narra a trajetória de um doce e perverso (no sentido psicanalítico) jovem ladrão, numa escalada de roubos e ocasionais violências. Pasolini teria se apaixonado por este ator/personagem, de sexualidade quase tão aberta e sedutora quanto no clássico “Teorema”. Divertido, intenso, consistente, redondo. Imperdível.

3) “Angel Vianna – Voando com os pés no chão”: Extremamente tocante. A trajetória ímpar da grande bailarina, coreógrafa e professora de balé e dança contemporânea. Contado e dançado, este doc expõe de forma bastante sensível a biografia de Angel, em q pese alguns pequenos vícios de direção.

4) “Três Faces”: Excelente! Uma aula sobre histerias (Freud), através do olhar extremamente sensível do aclamado e perseguido político Jafar Panahi. O diretor e protagonista viaja com uma amiga atriz em busca de uma jovem admiradora desta, q teria tentado suicídio. Intenso e divertido, leve e verdadeiro, tudo ao mesmo tempo. Aula de cinema.

5) “White Boy Rick”: Excelente! A história real de um jovem de 15 anos q se torna informante da polícia federal americana, infiltrado numa gangue de traficantes de drogas. Intenso e atuado de forma brilhante pelo garoto (Richie Merritt) e seu pai (o fora-de-série Matthew McConaughey).

6) “El Motoarrebatador”: Ótimo. Dois ladrões de moto assaltam uma senhora, q, por não largar sua bolsa, acaba sendo arrastada pelos dois na moto. Após o fato, um deles se arrepende e tenta encontrar a senhora em algum hospital. Verdadeiro, sem recorrer a clichês ou pieguices, expõe as diferenças sociais de modo quase seco, além de antimaniqueísta.

7) “Kusama – Infinito”: Ótimo doc sobre Yayoi Kusama, uma das artistas mais importantes do mundo. Seus trabalhos sempre provocaram forte impacto social, por afrontarem preconceitos diversos (machismo, racismo, etc). Como vários outros artistas, sua psicose permite uma hiperdisponibilidade criativa, comumente inacessível à grande maioria dos neuróticos. Hoje vive num hospital psiquiátrico, saindo constantemente para trabalhar.

8) “Cafarnaum”: A incrível história de um menino de 12 anos q cuida dos irmãos, abandona os pais abandonadores para viver com refugiados e processa aqueles, para q não tenham mais filhos. Fortíssimo, tocante e real. Imperdível.

9) “A Casa que Jack Construiu”: Muito bom. Extremamente agressivo, como quase tudo q o cineasta Lars von Trier já realizou no cinema, porém um pequeno tom abaixo dos seus últimos filmes. Muito atento à mediocridade humana, ressalta com grande acidez suas raivas, preconceitos e desprezos, através de situações patéticas. Apesar de todo o niilismo do diretor, a qualidade artística é inegável.

10) “Guerra Fria”: A história de um músico e suas utopias, e uma cantora q vai de camponesa a celebridade. Durante as tensões do pós-guerra na Polônia stalinista, os dois conduzem suas carreiras, paixão e aprisionamentos políticos. O clássico, trágico e belo encontro de um obsessivo com uma histérica. Um Romeu e Julieta freudiano, muito bem filmado pelo diretor Pawel Pawlikowski, vencedor do prêmio em Cannes.

Os Melhores Filmes de 2018

Como já coloquei noutros textos deste blog, sempre resisti à ideia de fazer este tipo de lista dos “melhores”. Sempre achei q isso não serviria para praticamente nada, apenas um exercício de vaidade pública. Mudei de ideia, hj penso q pode ser apenas uma troca de experiências e sensações, prazerosa e despretensiosa.

Listar os melhores filmes sempre provoca justos questionamentos, como: “Faltou tal filme!!”. Enfim, só o q sempre resta é fazer algo pessoal. Então, o critério aqui será: os 12 q mais me afetaram, impactaram. Não vou discutir aspectos técnicos, nem qualidade artística do diretor ou das atuações, especificamente. Tudo ficará incluído nesta categoria escolhida, nomeada “afetação/impacto/atravessamento”. Também não vou me preocupar caso a data exata de lançamento fora do Brasil for de um ano anterior. Por último, “Por que 12 filmes e não 10, ou 15?”: pq este número acabou sendo resultado dos q não consegui excluir. Os restantes q também adorei estão na Grande Lista (ler mais no post “Grande Lista de Filmes (atualizada constantemente)”, aqui neste blog.

Sem mais delongas, aqui vão os 12, em ordem de afetação:

1) “120 Batimentos por Minuto”: Incrível. Ritmo frenético construído à perfeição pelo diretor Robin Campillo (roteirista do excelente “Entre os Muros da Escola”). Tudo no filme é milimetricamente orquestrado pela direção a fim de nos transmitir a urgência dos soropositivos no início dos anos 90. A história é uma ficção sobre fatos reais: a luta política do grupo ativista “Act Up” em Paris pelos direitos de acesso rápido a novos tratamentos contra os efeitos do HIV. O nível das discussões nas reuniões semanais do grupo é elevado e anti-burocrático – ratificando, eles têm urgência -, então até as palmas são substituídas por dedos estalando, para não perder tempo de discussão, tempo de vida. Não há tempo para discutir se deveríamos pronunciar a palavra “viado”, ou “gay”, ou “homossexual”. A única palavra é “sobreviver”.

2) “Arábia”: Maravilhoso. Sensibilidade ímpar dos diretores Affonso Uchoa e João Dumans. A vida de um trabalhador lutando, a cada dia, por sobrevivência (um lugar para dormir e algo pra comer, literalmente). As condições miseráveis, a falta de direitos trabalhistas, a falta de perspectivas, a ingenuidade quanto à vida, a falta de vínculos fortes e, principalmente, a falta de um olhar para si, de um processo de subjetivação. Ao receber a sugestão de escrever sobre si, este processo é inaugurado. Após “perder” a única pessoa q amou (não conseguem sustentar certa morte), o protagonista mergulha numa melancolia sem retorno. Ao final, a frase do filme: “Parei de ouvir o barulho das máquinas, e então ouvi meu coração pela primeira vez.” Preciso, tocante e imperdível, o melhor filme brasileiro deste ano.

3) “Ilha dos Cachorros”: Maravilhoso. O ótimo diretor Wes Anderson (do muito bom “O Grande Hotel Budapeste”) atinge aqui seu ápice. Em uma animação para adultos (q até pode ser vista por crianças), discute temas como xenofobia, guerras mundiais, ditadura, resistência (no sentido proposto por Michel Foucault) e lealdade. Fotografia belíssima, roteiro central aparentemente simples, personagens incríveis. Um filme imperdível, pura arte.

4) “Marvin”: Obra-prima. A história de um menino desde o bullying no início da adolescência, até o início de sua vida profissional, como ator de teatro. A diretora e roteirista Anne Fontaine cria uma grande quantidade de personagens e cenários, todos extremamente apurados em forma e conteúdo. As tensões relacionais são desenhadas à perfeição, com excelentes atuações de todo o elenco. Entre tantas qualidades do filme, destaque para o anti-maniqueísmo constante, através do qual as ambivalências de cada personagem são apresentadas, com delicadeza ímpar. Para coroar, Isabelle Huppert – a melhor atriz do mundo – interpreta ela mesma. Imperdível!

5) “Deixe a Luz do Sol Entrar”: Obra-prima. Roteiro do mais alto nível, de dar inveja até em Woody Allen. A diretora Claire Denis (ex-assistente de Wim Wenders) mira à perfeição na dor e no vazio de uma mulher de 60 anos (Juliette Binoche, lindíssima), numa insana busca por um novo amor. A premissa soa piegas, mas a descrição dos personagens – sempre maniqueísta – e os diálogos cheios de sutilezas e complexidades trazem excelência ao drama sobre desencontros. Um dos melhores roteiros dos últimos anos.

6) “O Insulto”: Obra-prima. Um incidente banal entre 2 homens (um cristão e um palestino) é vivido como insulto por um deles, e a neurótica questão acaba tomando proporções inimagináveis, expondo as gigantescas feridas político-religiosas no cotidiano do Líbano. O diretor Ziad Doueiri monta a história à perfeição, transmitindo o clima de progressiva tensão e a perda dos objetivos iniciais da contenda. Excelentes atuações, discussão complexa colocada de forma sofisticada pela direção. Merece o Oscar de Filme Estrangeiro.

7) “As Herdeiras”: Belíssimo! Duas senhoras de uns 65 anos – inicialmente não fica claro se são cônjuges ou meias-irmãs – convivem numa casa  envelhecida, num modus vivendi extremamente melancólico e depressivo. A mais animada, Chiquita, tenta extenuadamente animar a outra, Chela, completamente entregue ao próprio vazio existencial. Por herdar uma dívida, Chiquita é presa, fato q expõe toda a dependência infantiloide de Chela. Em paralelo, uma vizinha antiga, solicita de modo invasivo uma carona para seu carteado diário a Chela, q mal dirigia e não tinha habilitação. A partir daí, a história dá uma virada gradual, jogando a nova “taxista” num mundo mais “erotizado” (no sentido de prazer em geral, não necessariamente sexual). Neste momento, uma paixão por uma mulher mais nova, histericamente sedutora (Freud), vitaliza o escuro dia a dia de Chela (brilhantemente retratado pelo diretor Marcele Martinessi), provocando um afastamento emocional de sua companheira Chiquita. Atuações primorosas de todas as atrizes (não há personagens masculinos no filme) e Urso de Prata no Festival de Berlim para a protagonista Ana Brun.

8) “Uma Noite de 12 Anos”: Emocionante! A história real de José Mujica e outros 2 companheiros de militância contra a ditadura uruguaia, presos e torturados por mais de 1 década. As condições de sobrevivência física e emocional são postas em detalhes, especialmente os episódios psicóticos – alucinações e delírios – do protagonista, q mais tarde se tornaria presidente do país. Na sessão a q assisti, a plateia aplaudiu gritando “Bravo!”, a ponto do segurança ir conferir se era briga. Imperdível.

9) “Um Dia”: Obra de arte. Estreia de gala na direção e roteiro da húngara Zsófia Sziláqyi. Com uma câmera de altíssima qualidade, a diretora transforma uma história mais do q banal numa espécie de thriller sobre o cotidiano. Transformar um dia cansativo e comum na vida de uma mulher com 3 filhos numa experiência extenuante para o espectador não é para qualquer um. Nem a ameaça de infidelidade por parte do marido é utilizada como objeto de protagonismo emblemático. Apenas uma febre comum do filho caçula, um sapato trocado na escola, um pequeno vazamento na pia da cozinha, um carro mal estacionado, as contas mal fechando no fim do mês. Uma aula de fazer arte a partir de qualquer coisa.  Aguardemos a próxima poesia desta já brilhante cineasta.

10) “Você nunca Esteve Realmente Aqui”: Excelente! Prêmios de Roteiro e Ator (Joaquin Phoenix, do irretocável “Ela”) no Festival de Cannes. O protagonista busca resgatar meninas do tráfico sexual pedófilo. Entremeado por suas reminiscências traumáticas, vivencia o paradoxo da frieza de um matador, com a compaixão indignada contra a violência infantil. Esta “travessia do fantasma” (Lacan) é brilhantemente montada pela diretora Lynne Ramsay, e interpretada à perfeição por Phoenix. Merecidamente premiados.

11) “Ciganos da Ciambra”: Excelente. Ritmo intenso, marcado pela câmera frenética (muito bem dirigido por Jonas Carpignano). A história de uma família cigana e suas contravenções, protagonizada por um menino (Pio) q, ainda adolescente, já se lança numa vida de adulto e nos riscos de seus roubos, inspirados no irmão mais velho, idealizado. Em paralelo, os preconceitos entre as etnias (africanos, italianos, ciganos).Ritos de passagem, ética e desamparo são discutidos de forma inteligente e angustiante.

12) “Trama Fantasma”: Ótimo! Mais uma atuação irretocável de Daniel Day-Lewis, um dos atores mais exigentes do mundo, bem em sintonia com seu personagem aqui: um alfaiate famosíssimo, q veste condessas e princesas. O filme é um tratado sobre Neurose Obsessiva e sobre poder, entremeados por traços perversos. Final ousado e surpreendente. Merecia os Oscars de Melhor Filme, Direção (Paul Thomas Anderson), Ator, Atriz (Vicky Krieps, não concorreu) e Atriz Coadjuvante (Lesley Manville).

 

Os Melhores Filmes de 2017

Sempre resisti à ideia de fazer este tipo de lista dos “melhores”. Sempre achei q isso não serviria para praticamente nada, apenas um exercício de vaidade pública. Mudei de ideia, hj penso q pode ser apenas uma troca de experiências e sensações, prazerosa e despretensiosa.

Listar os melhores filmes sempre provoca justos questionamentos, como: “Faltou tal filme!!”. Enfim, só o q sempre resta é fazer algo pessoal. Então, o critério aqui será: os 10 q mais me afetaram, impactaram. Não vou discutir aspectos técnicos, nem qualidade artística do diretor ou das atuações, especificamente. Tudo ficará incluído nesta categoria escolhida, nomeada “afetação/impacto/atravessamento”. Também não vou me preocupar caso a data exata de lançamento fora do Brasil for de um ano anterior. Por último, “Por que 12 e não 10, ou 15?”: pq este número acabou sendo resultado dos q não consegui excluir. Os restantes q também adorei estão na Grande Lista (ler mais no post “Grande Lista de Filmes (atualizada constantemente)”, aqui neste blog.

Sem mais delongas, aqui vão os 10, em ordem de afetação:

1)”De Canção em Canção”: Obra-prima, um absurdo de filme. Terrence Malick (“A Árvore da Vida”) atinge aqui seu apogeu, já pode entrar no grupo dos grandes diretores da história. Uma das melhores fotografias de todos os tempos, com um roteiro construído à perfeição, retratando o vazio e a desconexão de personagens belos e bem sucedidos no mundo da música. Sem precisar apelar para as drogas como objetos-gatilho do afundamento emocional, Malick traça as sutilezas de cada personagem, entrecortadas numa edição impecável.

2) “O Cidadão Ilustre”: Obra-prima. Os diretores argentinos acertaram de ponta a ponta: construção de roteiro perfeita, argumento consistente, tensão crível, humor ácido e inteligente, e atuação impecável do excelente protagonista Oscar Martínez. Brilhante.

3) “Bom Comportamento”: Thriller policial frenético, obra-prima. Os diretores Ben e Joshua Safdie acertaram em cheio em cada micro detalhe, especialmente na construção dos personagens. O irmão psicótico do protagonista (interpretado magistralmente pelo próprio diretor) é perfeito a cada cena (destaque para quando se joga na porta de vidro), psicanaliticamente crível. Todos os outros personagens – a menina que os ajuda, o doente errado -, são incluídos e performados à perfeição. Imperdível!!

4) “Una”: Praticamente uma obra-prima. Um filme além do nosso tempo. Georges Bataille, em seu livro “O Erotismo” (um dos 5 melhores q li na vida!), dizia q a cada momento da cultura a sociedade elege uma “figura dilacerante”, uma aberração, q seria impossível evitar a criação desta figura do pária social, o q enoja a todos. Atualmente, essa figura seria o pedófilo. “Una” nos apresenta o abusador e a vítima de forma antimaniqueísta, desconstruindo a figura aberrante, viabilizando nossa aproximação sem ternura ou raiva prévias. Brilhante. (Ler mais no post “Pedofilia, aberração em ‘Una’?”, aqui neste blog.)

5)”Toni Erdmann”: O melhor dos q assisti no Festival do Rio 2016. Rara comédia simples e inteligente, com risos do início ao fim. Um cômico pai percebe q a distância emocional de sua filha – q mora em Budapeste – atingiu níveis excessivos, ao vê-la o tempo todo no celular, durante uma visita dela à família. Ele decide então visitá-la, e invadir com humor seu cotidiano de executiva. Com o tempo, o vazio das amizades e trepadas de sua vida ficam evidentes, e alguma linguagem afetiva – sem pieguice – pode ser iniciada entre eles. Excelente!

6) “O Apartamento”: Praticamente uma obra-prima. Excelente no roteiro, nas atuações e na direção. Tenso, não linear, sustenta as dúvidas dos personagens num timing preciso, até cada micro desfecho. Arrebatador, impecável.

7) “Moonlight – Sob a luz do luar”: Incrível. Denso nas discussões sobre a solidão do protagonista, complexo na construção de sua homossexualidade, abrangente no mérito de usar uma linguagem palatável até mesmo ao limitado e viciado universo hollywoodiano. De grande qualidade artística, atuações excelentes, fotografia precisa. Destaque para a belíssima cena final, desde q o protagonista tira sua dentadura dourada, até encostar no peito de seu amigo/paixão.

8) “Com Amor, Van Gogh”: Excelente! 100 pintores desenharam esta obra, contando a história real e as especulações sobre a morte de Van Gogh. O estilo de pintura é como se o próprio artista tivesse realizado esta animação; além disso, a história é ambientada nos cenários dos quadros do holandês. Extremamente triste, o filme enfatiza a solidão e a culpa crônicas de Van Gogh. Imperdível.

9) “Gaga – O amor pela dança”: Excelente! A poética história do bailarino e coreógrafo israelense Ohad Naharin. O diretor do doc, Tomer Heymann, apresenta de forma precisa e coordenada trechos dos espetáculos, vida pessoal do artista, a construção de sua carreira, e o contexto político de seu país. Sua coluna “cartilaginosa” revolucionou a dança, às custas de impedi-lo de continuar dançando, além de um câncer na cervical de sua primeira esposa. Forte, belo, incrível.

10) “Na Mira do Atirador”: Maravilhoso. Tensão construída à perfeição num campo de batalha, entre 2 atiradores de elite. Brilhante e extremamente inteligente, nada óbvio, sem clichês de heroísmos, apenas a dramaticidade de cada eterno instante de sobrevida.

11) “Star Wars: Os Últimos Jedi”: Excelente (para os fãs, como eu). Ambientação à perfeição – bichos esquisitos, cenários belíssimos, 3D em alto nível – e elementos clássicos homenageando os primeiros episódios (especialmente “O Império Contra-Ataca”). As lutas “à distância” são o destaque do filme. A única nota ruim é o exagero de canastrice de Mark Hamill (o Luke).

12) “Verão 1993”: Excelente. Atuações incríveis das 2 crianças protagonistas, num filme extremamente delicado. A história de uma menina q acaba de perder a mãe (além do pai já ser falecido) por conta de AIDS. O tio, sua esposa e filha a acolhem como nova integrante da família, muito amorosamente. A diretora Carla Simón apresenta-nos a processualidade elaborativa da perda, detalhe por detalhe. A raiva da menina é assimilada por todos como “continente” (conceito de Bion, psicanalista britânico) emocional. O flerte com os limites lembra a adoção de “O Garoto da Bicicleta” (dos irmãos Dardenne), e o abraço de exaustão remete a “Aos Treze” (clássico sobre adolescência). Emocionante, sem pieguice.

Grande Lista de Filmes (atualizada constantemente)

DICAS P/ CINÉFILOS E AFINS

-A Professora de Piano

-Lúcia e o Sexo

-Amores Brutos

-Réquiem para um Sonho

-Ararat

-21 Gramas

-Fale com Ela

-O Fabuloso Destino de Amélie Poulain

-O Gosto dos Outros

-Frida

-A História Real

-As Horas

-O Pianista

-Pão e Tulipas

-Íris

-11 de Setembro

-O Filho da Noiva

-Desconstruindo Harry

-Filhos do Paraíso

-A Cor do Paraíso

-Valentin

-Tiros em Columbine

-Nove Rainhas

-Alta Fidelidade

-A Última Ceia

-Dia de Treinamento

-Paraíso

-Domingo Sangrento

-O Homem Sem Passado

-O Tempo de Cada Um

-Aos Treze

-Irreversível

-Prenda-me Se For Capaz

-Pollock

-A Bruxa de Blair (1 e 2)

-O Show Não Pode Parar

-Hedwig – Rock, Amor e Traição

-Quase Famosos

-Waking Life

-Ted Bundy

-O Filho

-Sexo Por Compaixão

-Albergue Espanhol

-Pantaleão e as Visitadoras

-Um Enigma no Divã

-Ou Tudo ou Nada

-Promessas de um Novo Mundo

-Amém.

-Segunda-Feira ao Sol

-Beije Quem Você Quiser

-Na Captura dos Friedmans

-Lugar Nenhum na África

-Encontros e Desencontros

-Anti-Herói Americano

-As Invasões Bárbaras

-Adeus, Lênin!

-Queimando ao Vento

-O Agente da Estação

-Diários de Motocicleta

-Elefante

-Kill Bill Vols. 1 e 2

-Monster – Desejo Assassino

-Eu Não Tenho Medo

-Não Se Mova

-Código 46

-Primavera, Verão, Outono, Inverno e… Primavera

-Os Sonhadores

-Brilho Eterno de uma Mente Sem Lembranças

-Vozes Inocentes

-A Pequena Lili

-A Queda! As Últimas Horas de Hitler

-Oldboy

-Entre Casais

-Sin City (I e II)

-Um Coração para Sonhar

-Capote

-Violação de Domicílio

-Paradise Now

-Estrela Solitária

-Crianças Invisíveis

-Meu Amor de Verão

-Em Segredo

-A Criança

-A Lula e a Baleia

-C.R.A.Z.Y. – Loucos de Amor

-O Corte

-O Que Você Faria?

-Pintar ou Fazer Amor

-Feliz Natal

-Sonhos com Xangai

-Perfume – A História de um Assassino

-Factotum – Sem Destino

-Lady Vingança

-Além do Desejo

-Infância Roubada

-A Culpa é do Fidel

-Mary e Max – Uma Amizade Diferente

-Onde os Fracos não Têm Vez

-SOS Saúde

-XXY

-O Lutador

-Um Beijo Roubado

-Pecados Inocentes

-O Arco

-3 Macacos

-Bastardos Inglórios

-Ervas Daninhas

-Caro Sr. Horten

-Eu Matei Minha Mãe

-Em um Mundo Melhor

-Meia-Noite em Paris

-Medianeras

-Palermo Shooting

-Submarino

-Inquietos

-Budrus

-O Artista

-O Porto

-Pina

-Esses Amores

-Políssia

-Infância Clandestina

-Django Livre

-César Deve Morrer

-Depois de Maio

-Salvo

-Juan dos Mortos

-Azul é a Cor Mais Quente

-A Grande Beleza

-Oslo, 31 de Agosto

-Feito Gente Grande

-A Casa Silenciosa

-Ida

-Um Pombo Pousou num Galho Refletindo sobre a Existência

-Os Falsários

-A Senhora da Van

-A Juventude

-Tango Livre

-Na Ventania

-O Apartamento

-Toni Erdmann

-Moonlight – Sob a luz do luar

-Una

-O Cidadão Ilustre

-Gaga – O amor pela dança

-Na Mira do Atirador

-De Canção em Canção

-Com Amor, Van Gogh

-120 Batimentos por Minuto

-Verão 1993

-O Insulto

-Sete Psicopatas e um Shih Tzu

-Corpo e Alma

-Deixe a Luz do Sol Entrar

-Ciganos da Ciambra

-Você Nunca Esteve Realmente Aqui

-As Herdeiras

-Marvin

-Uma Noite de 12 Anos

-Um Dia

-Ilha dos Cachorros

-Culpa

-Assunto de Família

-Ayka

-O Anjo

-Entardecer

-Dor e Glória

-O Bar Luva Dourada

-Três Faces

-White Boy Rick

-O Farol

-Um Dia de Chuva em Nova Iorque

 

(POR ESTREAR…)

(Festival 2002)

-Elling

(Festival 2003)

-Angústia

-Estranhos Jardins

-Coisas Secretas

(Festival 2004)

-Anatomia do Inferno

-Elling, O Filhinho da Mamãe

-Olhos de Rinoceronte

-O Perdão

-Aftermath

-A Câmera de Madeira

-Kick’N Rush

-Regra Número 1

(Festival 2005)

-As Que Se Mantêm Têm Sonhos

-Dumplings

-Geminis

-Accused

-Morrer em San Hilário

-Tudo Sobre Rodas

-Where The Truth Lies

-Cortesãs à Beira da Estrada

-Saratan

-Azarão

-Marock

-Frio Sol de Inverno

-Ecos da guerra

(Festival 2006)

-Verão em Berlim

-Isabella

-Todos os Dias Antes do Amanhã

-Negação Total

-Jonestown: Vida e Morte

-Ponto de Encontro

-Atos dos Homens

-Holly

(Festival 2007)

-Propriedade Privada

-Terra Sonâmbula

-Garrafas Vazias

-O Homem que Incomoda

-Maldeamores

-Nascido e Criado

-Os Mal-Criados

-Feche… Apenas seus Olhos

-California Dreamin’

(Festival 2008)

-Sereia

-Abaixando a Máquina

-Filho de Peixe

-Adoração

-Alexandra

-A Boa Vida

-Involuntário

-O Lar

(Festival 2009)

-Os Yes Man Consertam o Mundo

-A Pequenina

-Amargo

-O Menino e o Cavalo

-Tulpan

-Jaffa

-Parada

-Mommo

-Polytechnique

(Festival 2010)

-Filho da Babilônia

-Quatro Noites com Anna

-O Segredo da Rua Ormes

-A Encruzilhada

-Líbano

(Festival 2011)

-A Cabana

-Raiva

-Saudações ao Diabo

-A Hora e a Vez de Augusto Matraga

-Restauração

-No Gelo

(Festival 2012)

-Monty Python – A Autobiografia de um Mentiroso

-Homens Livres

-Hoje

-A Sorte em suas Mãos

-Post Tenebras Lux

-Meu Bairro

-A Estreia de uma Repórter

-Somos uma Multidão: A História dos Hacktivists

-Nós e Eu

-Espelhos Mágicos

-Atrás da Porta

(Festival 2013)

-Apenas Deus Perdoa

-Contadores de Imagens

-Broken Glass Park

-Sprinh Breakers: Garotas Perigosas

-A Dança da Realidade

-Os Donos

-Tip Top

(Festival 2014)

-Jasmine

-Güeros

-Primaveras Escuras

-Mauro

-Escola de Babel

-A Camareira

-1001 Gramas

-Asteróide

-O Cordeiro

-Carvão Negro

-Coming Home

-Party Girl

-Difret

-Quatro Cantos

(Festival 2015)

-Dora ou as Neuroses Sexuais de Nossos Pais

-Micróbio & Gasolina

-11 Minutos

-O Homem Novo

-A Obra do Século

-Aos 14

-A Aula Vazia

-Chicas Nuevas 24 horas

-Paulina

-Tudo Vai Ficar Bem

(Festival 2016)

-Snow Monkey

-Os Garotos nas Árvores

-Dog Eat Dog

-O Filho de Joseph

-Holocausto Brasileiro

-Redemption Song

-A Região Selvagem

-No Andar de Baixo

-Barakah com Barakah

-Primeiro Janeiro

-A Terra dos Fantasmas

-Um Caso de Família

(Festival 2017)

-Tschick

-Direções

-Rastros

-Ensiriados

-Uma Família

-Thirst Street

(Festival 2018)

-A Queda do Império Americano

-El Motoarrebatador

-Kusama – Infinito

(Festival 2019)

 

UM POUCO MAIS ANTIGOS

-Tão longe, Tão Perto

-O Processo do Desejo

-O Apartamento

-A Outra

-Manhattan

-Celebridades

-O Carteiro e o Poeta

-Cinema Paradiso

-Os Duelistas

-Lua de Fel

-Perdas e Danos

-Despedida em Las Vegas

-O Profissional

-O Show de Truman

-O Ódio

-Grandes Esperanças

-Contos Proibidos do Marquês de Sade

-Meu Pé Esquerdo

-Em Nome do Pai

-Meninos Não Choram

-O Tigre e o Dragão

-A Outra História Americana

-Um Convidado Bem Trapalhão

-Monty Python (todos)

-Um Peixe Chamado Wanda

-Um Dia a Casa Cai

-O Jantar dos Malas

-4 Casamentos e 1 Funeral

-Assassinos Por Natureza

-O Povo Contra Larry Flynt

-Gêmeos, Mórbida Semelhança

-Felicidade

-As Bruxas de Salem

-Um Dia de Fúria

-Corra Lola, Corra

-Billy Elliot

-A Fraternidade é Vermelha

-Muito Além do Jardim

-O Sétimo Selo

-Teorema

-Jules e Jim

-Por um Punhado de Dólares

-Por uns Dólares a Mais

-Três Homens em Conflito

-Neblina na Sombra

-O Homem que Amava as Mulheres

-O Processo

-Ladrões de Bicicletas

-O Último Tango em Paris

-Um Homem, uma Mulher

-Um Dia Muito Especial

-Em Busca do Ouro

-Somos Todos Assassinos

-Ajuste Final

-O Ladrão

 

BRASILEIROS

-Janela da Alma

-Vinícius

-O Sal da Terra

-Ônibus 174

-Separações

-O Invasor

-O Som ao Redor

-O Prisioneiro da Grade de Ferro

-Cidade Baixa

-Tropa de Elite (1)

-Nome Próprio

-Doutores da Alegria

-Betinho – A esperança equilibrista

-Dzi Croquettes

-O Fim e o Princípio

-Bicho de 7 Cabeças

-Abril Despedaçado

-Lavoura Arcaica

-Cidade de Deus

-Central do Brasil

-Cinema, Aspirinas e Urubus

-Moacir – Arte Bruta

-Moscou

-Jogo de Cena

-Elena

-Olmo e a Gaivota

-Últimas Conversas

-A Luneta do Tempo

-Arábia

-A Vida como Ela É

-Edifício Master

-Cronicamente Inviável

-O Auto da Compadecida

-Gêmeas

-Tolerância

-Houve Uma Vez Dois Verões

-O Cheiro do Ralo

-Meu Nome não é Johnny

-Cássia Eller

-Cine Holliúdy

-O Homem que Copiava

-O Pequeno Dicionário Amoroso

-Narradores de Javé

-WoodStock – Sexo, Orégano e Rock N’Roll

-Só Dez por Cento é Mentira – A Desbiografia Oficial de Manoel de Barros

-Cidade dos Homens

-Domésticas, O Filme

-Paulinho da Viola – Meu Tempo É Hoje

-Maria Bethânia – Pedrinha de Aruanda

-Rio de Jano

-Bendito Fruto

-Três Irmãos de Sangue

-Herbert de Perto

-Faroeste Caboclo

-Praia do Futuro

-Que Horas Ela Volta?

-Chico – Artista brasileiro

-Em Três Atos

-Eles Voltam

-BR 716

-Gabriel e a Montanha

-No Intenso Agora

-Estou me Guardando para quando o Carnaval Chegar

-Bacurau

 

HOLLYWOODIANÕES

-Guerra nas Estrelas (todos)

-O Poderoso Chefão (todos)

-O Senhor dos Anéis (1 e 2)

-Hulk

-Crash – No Limite

-Matrix (1 e 3)

-O Silêncio dos Inocentes (todos)

-Forrest Gump

-Melhor É Impossível

-Rain Man

-Seven

-Perfume de Mulher

-Cabo do Medo

-Fogo Contra Fogo

-O Quarto Poder

-O Chamado (1)

-Os Outros

-Uma Mente Brilhante

-Sociedade dos Poetas Mortos

-O Paciente Inglês

-Hurricane, o Furacão

-Os Suspeitos

-Divertida Mente

-A Era do Gelo (1)

-Monstros S.A.

-Os Incríveis

-Up – Altas Aventuras

-Minha Vida de Abobrinha

-Meu Malvado Favorito

-Frankenweenie

-Platoon

-Nascido Para Matar

-A Lista de Schindler

-Tempo de Glória

-Pulp Fiction

-Razão e Sensibilidade

-Os Imperdoáveis

-Um Sonho de Liberdade

-Náufrago

-Gladiador

-Missão Impossível (1)

-A Identidade Bourne

-A Supremacia Bourne

-O Ultimato Bourne

-Corpo Fechado

-De Olhos Bem Fechados

-Shine – Brilhante

-O Advogado do Diabo

-Império do Sol

-Coração Valente

-O Gênio Indomável

-Tempo de Despertar

-Golpe de Mestre (1 e 2)

-Titanic

-Beleza Americana

-Femme Fatale

-A Promessa

-Identidade

-Lutero

-Em Busca da Terra do Nunca

-Batman Begins

-Constantine

-A Noiva-Cadáver

-O Plano Perfeito

-Distrito 9

-Na Estrada

-Invocação do Mal (1 e 2)

-O Conselheiro do Crime

-Sobrenatural (todos)

-Ela

-Clube de Compras Dallas

-Annabelle (1 e 2)

-O Iluminado

-Livre

-Interestelar

-A Visita

-A Entidade

-A Casa dos Mortos

-A Grande Aposta

-O Quarto de Jack

-A Chegada

-Em Ritmo de Fuga

-Cães Selvagens

-Bom Comportamento

-Trama Fantasma

-Projeto Flórida

-O Ferreiro e o Diabo

-A Casa do Medo – Incidente em Ghostland

-Coringa

-Anna – O perigo tem nome

 

JÁ VIU TODOS?  MAIS ALGUNS ENTÃO…

-Histórias de Cozinha

-Exótica

-O Retorno

-Contra a Parede

-O Clã das Adagas Voadoras

-Fim de Caso

-Samsara

-Lugares Comuns

-Manderlay

-Dogville

-Borat – O 2º Melhor Repórter do Glorioso País Cazaquistão Viaja à América

-Gomorra

-Marcas da Vida

-O Declínio do Império Americano

-Do Jeito Que Ela É

-Amnésia

-Círculo de Fogo

-Zelig

-Crimes e Pecados

-Scoop – O Grande Furo

-Tudo Pode Dar Certo

-O Anjo Exterminador

-Os Esquecidos

-Viridiana

-O Discreto Charme da Burguesia

-O Grito

-Dodes’ka-den

-O Alucinado

-Fanny e Alexander

-A Noite Americana

-Hiroshima Mon Amour

-Ano Passado em Marienbad

-A Noiva Estava de Preto

-Butch Cassidy and the Sundance Kid

-Bonnie & Clyde – Uma rajada de balas

-Sonhos de Mulheres

-Plata Quemada

-Italiano Para Principiantes

-Cidade dos Sonhos

-Império dos Sonhos

-A Última Noite

-A Estranha Família de Igby

-Longe do Paraíso

-O Crime do Padre Amaro

-Teia de Chocolate

-O Poder Vai Dançar

-Concorrência Desleal

-O Homem Que Não Estava Lá

-Antes do Anoitecer

-Malena

-Dois Perdidos Numa Noite Suja

-O Céu de Suely

-Pro Dia Nascer Feliz

-Terra Estrangeira

-Lisbela e o Prisioneiro

-Sonhos Tropicais

-Crime Delicado

-Bufo e Spalanzani

-O Quatrilho

-Todas as Mulheres do Mundo

-Amores

-Feminices

-Glauber O Filme, Labirinto do Brasil

-Redentor

-Nina

-O Outro Lado da Rua

-Cazuza – O Tempo Não Pára

-O Signo do Caos

-Filme de Amor

-Baixio das Bestas

-Fabricando Tom Zé

-Lóki – Arnaldo Baptista

-Palavra (En)cantada

-Rock Brasília

-O Palhaço

-A Sombra do Pai

-Não É Mais Um Besteirol Americano

-Vida Que Segue

-Segundas Intenções

-Um Casamento À Indiana

-Bem Me Quer, Mal Me Quer

-Agora ou Nunca

-Jalla! Jalla!

-Swimming Pool

-Em Nome de Deus

-Extermínio

-O Outro Lado da Cama

-Simplesmente Amor

-A Cidade Está Tranquila

-Jogos, Trapaças e 2 Canos Fumegantes

-Roger e Eu

-Os Amantes do Círculo Polar

-O Balconista

-Encontros

-Xuxu

-Osama

-Minha Vida Sem Mim

-De Corpo e Alma

-Falando de Sexo

-Ken Park

-Beco dos Milagres

-Pão e Rosas

-Soldados de Salamina

-Matadores de Velhinha

-Migração Alada

-Tolerância Zero

-Assunto de Mulheres

-Super Size Me – A Dieta do Palhaço

-O Closet

-A Jornada de James Para Jerusalém

-O Mais Belo Dia de Nossas Vidas

-Balzac e a Costureirinha Chinesa

-Fahrenheit 11 de Setembro

-As Bicicletas de Belleville

-Gosto de Cereja

-Má Educação

-Uma Amizade Sem Fronteiras

-O Abraço Partido

-Confidências Muito Íntimas

-Edukators

-Meninos de Deus

-As Pontes de Madison

-Sideways – Entre Umas e Outras

-Jogos Mortais

-Ray

-Mar Adentro

-Adorável Júlia

-Antes do Amanhecer

-Questão de Imagem

-Lado Selvagem

-O Cachorro

-Herói

-Ninguém Pode Saber

-O Lobo

-Um Skinhead no Divã

-Inconscientes

-Nem Tudo É O Que Parece

-Sob o Céu do Líbano

-Coração Sem Lei

-Flores Partidas

-Brothers

-Mentiras Sinceras

-Neste Mundo

-O Solitário Jim

-Eu, Você e Todos Nós

-Amigo É Pra Essas Coisas

-O Amor a e Fúria

-O Tempo Que Resta

-Bubble

-Dias Selvagens

-Filhos da Esperança

-A Rainha

-Inferno

-Notas Sobre Um Escândalo

-Cartas de Iwo Jima

-A Leste de Bucareste

-Meu Irmão Quer se Matar

-Transylvania

-Paris, Te Amo

-Um Lugar na Plateia

-Dias de Glória

-A Vida Secreta das Palavras

-Paranoid Park

-Persépolis

-Senhores do Crime

-Em Paris

-2:37

-Piaf – Um Hino ao Amor

-O Assassinato de Jesse James pelo Covarde Robert Ford

-Personal Che

-Satã

-As Mulheres da Rosentrasse

-Ninho Vazio

-O Leitor

-Deixe Ela Entrar

-Procurando Elly

-Gesto Obsceno

-O Grupo Baader Meinhof

-Mademoiselle Chambon

-Como Eu Festejei o Fim do Mundo

-À Prova de Morte

-Minha Noite com Ela

-Direito de Amar

-Gigante

-José & Pilar

-Abutres

-Machete

-Inverno da Alma

-Entrevista

-Bebês

-Medo e Delírio

-Singularidades de uma Rapariga Loura

-Drive

-Crime de Amor

-Shame

-A Onda

-Aqui é o meu Lugar

-Elefante Branco

-Segredos de Sangue

-Apenas o Vento

-Gravidade

-Bastardos

-Nebraska

-Inside Llewin Davis

-Ninfomaníaca

-Eu, Mamãe e os Meninos

-O Médico Alemão

-Following

-Amores Inversos

-O Grande Hotel Budapeste

-Mommy

-O Abutre

-A Família Bélier

-Força Maior

-Winter Sleep

-Numa Escola de Havana

-Corrente do Mal

-A Pele de Vênus

-Tangerines

-Garota Sombria Caminha pela Noite

-A Pequena Morte

-Body

-A Ilha do Milharal

-O Lobo do Deserto

-Guerra

-A Ovelha Negra

-Fique Comigo

-Café Society

-A Comunidade

-Incompreendida

-A Criada

-O Lar das Crianças Peculiares

-A Garota Desconhecida

-Fátima

-Segunda Chance

-Frantz

-Lady Macbeth

-Buscando…

-Infiltrado na Klan

-3 Faces

-Cafarnaum

-Uma Mulher Alta

 

AH, NÃO PERCA ESSES TAMBÉM…

-O Passado

-Mutum

-Crônica de uma Fuga

-Vôo United 93

-Conto de Inverno

-Ventos da Liberdade

-Deu a Louca na Chapeuzinho

-Aquele que Sabe Viver

-4 Meses, 3 Semanas e 2 Dias

-A Era da Inocência

-Estômago

-Batman – O Cavaleiro das Trevas

-De Punhos Cerrados

-Nova Iorque Eu Te Amo

-Estranhos no Paraíso

-O Que Resta do Tempo

-Titãs – A Vida até Parece uma Festa

-Brinquedo Proibido

-O Mágico

-Turnê

-Os Nomes do Amor

-A Caverna dos Sonhos Esquecidos

-Beleza Adormecida

-Histórias que Só Existem quando Lembradas

-Intocáveis

-18 Comidas

-7 Dias em Havana

-Um Alguém Apaixonado

-No

-Pieta

-A Caça

-Querida, Vou Comprar Cigarros e Já Volto

-O que Traz Boas Novas

-Terra Firme

-Um Episõdio na Vida de um Catador de Ferro-Velho

-Mama

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-Olho Nu

-Hoje Eu Quero Voltar Sozinho

-Amantes Eternos

-Miss Violence

-Relatos Selvagens

-A Teoria de Tudo

-Whiplash

-Território do Brincar

-Jessabelle – O passado nunca morre

-O Cidadão do Ano

-O Julgamento de Viviane Amsalem

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-O Abraço da Serpente

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-As Confissões

-É Apenas o Fim do Mundo

-A Criada

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-O Filho de Joseph

-Eu não Sou Seu Negro

-Paterson

-Três Lembranças da Minha Juventude

-O Filme da Minha Vida

-Os Transgressores

-Três Anúncios para um Crime

-Um Lugar Silencioso

-Bergman – 100 anos

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-Angel Vianna – Voando com os pés no chão

-O Paraíso Deve Ser Aqui

-Adam

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