Pra não dizer q não falei de séries…
Aqui sim, a Netflix apresenta conteúdo de valor. Os critérios q uso para ver uma série são:
A) Quantas séries têm o mesmo nível de um excelente filme? Raríssimas, na minha opinião. Ao menos por enquanto… Este critério vale para sempre optar pelos filmes. Porém, é claro q há momentos em q queremos um mergulho mais ágil, onde podemos interromper a qualquer momento, diariamente. Sinal dos tempos, inevitável. Daí outros critérios merecem espaço, na escolha de uma boa série.
B) Atores de alto nível, independentemente de serem conhecidos ou não. Diferentemente de um filme, onde as atuações não são necessárias (Star Wars, por exemplo, é um roteiro imortalizado, com praticamente todos os atores fracos), nas séries é um critério central, pois acompanharemos aqueles personagens por um período longo e, geralmente, com a trama girando em torno deles.
C) Enredos q não tentem segurar o espectador com idas e vindas previsíveis, circulares. A sensação de “novela” (no pior sentido do termo, pois “Roque Santeiro”, por exemplo, não utilizava estes subterfúgios fáceis) não pode existir. Pode ser uma saga, mas não um constante enxerto de pseudo-dramas. Ou seja, cada capítulo, ou temporada, deve realmente fazer diferença.
D) O tema deve ter algum interesse prévio. Aqui, o critério é ainda mais singular, obviamente.
Dito isto, listo apenas algumas séries, quase todas na Netflix (sendo “Black Mirror” a única hors concours):
1) “Black Mirror”: Obra-prima! Cada episódio, ou temporada, não tem nenhuma ligação direta com os outros, salvo o fio condutor de um “espelho negro” de nosso futuro. Sugiro começar pelo episódio 3 da primeira temporada, pois os dois anteriores não são tão interessantes (algo raro nesta série). Destaque para “Nosedive”, o melhor de todos. Seriado duro, plausível, e extremamente inteligente. Arte pura, imperdível.
2) “Friends”: Um clássico, muito antes da “era das séries”. Diálogos brilhantes, personagens perfeitos, história redonda.
3)* “Game of Thrones”: Legiões de fãs pelo mundo, avaliando cada detalhe com muito amor e ódio. Sem dúvida, para quem gosta do gênero, é uma obra de arte. Da “HBO”, ver no “Now”.
4) “El Marginal – O cara de fora”: Grata surpresa. O ambiente de um presídio, maravilhosamente criado, com personagens extremamente interessantes, vividos por excelentes atores. Pesado apenas em alguns instantes, linguagem machista típica daquele microcosmo, porém nada descredencia a história muito bem montada, com diálogos memoráveis, humor ácido, disputas de poder realistas. O diretor consegue q todos os personagens fiquem gravados em nossa memória, algo raríssimo.
5) “Narcos”: Personagens reais, trazendo uma versão da história recente na Colômbia e no México. Dinâmica, entremeando com cenas de telejornais à época.
6) “Dark”: Roteiro bastante complexo, com idas e vindas cronológicas articuladas com inteligência, a ponto de dificultar um pouco no início a discriminação de cada personagem.
7) “Arremesso Final”: Excelente. Os bastidores da história dos 6 títulos do Chicago Bulls na NBA (liga de basquete dos EUA). Roteiro primoroso, edição diferenciada. Para curtir, não é preciso amar basquete, pois este entra como pano de fundo. O destaque é dado às relações humanas entre jogadores, dirigentes, família, mídia e torcedores.
8) “Vikings”: Produzida pelo “History Channel”, inspirada em fatos reais, uma aventura interessante, antimaniqueísta, sem nenhum personagem bonzinho.
9) “Atypical”: Quase todos os atores estão excelentes, numa trama familiar em torno de um personagem autista. Tem algo novelesco, mas vale conferir.
10)* “American Horror Story”: Apenas para os fãs de horror e suspense. Cada temporada é independente das outras (nem todas são boas), destaque para as temporadas 2 e 6. Tem na “Claro Vídeo”.